segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Avenida


Era só um pedaço de seda e quatro varetas com um pedaço de linhas
E ele correu, trocou por isso sua vida
E se foi na avenida

Era só um celular, pago em 8 vezes, daria pra outro comprar, daria pra outro pagar. De repente o berro, o ferro, lá se vai outra vida
E se foi na avenida

Era só ter dado seta, olhado a bicicleta, não precisava ter xingado, era só um amassado em seu carro.
Mas foram adiante, foi tiro, foi grito e num instante, por alguns 500 reais,uma vida, você acredita?
E se foi na avenida

Era só mais uma namorada, mais uma paixão que se acaba, e ele não aceitou, disfarçou levando uma flor, e sem pensar direito, dizendo ser por amor, sangra a última despedida, de novo mais uma vida
E se foi na avenida

Era só um punhado de dívidas, uns anos trabalhando e economizando, seria o suficiente, mas ele estava tão descrente, que não suportou essa dor.
A corda no pescoço, alguns trocados no bolso, e abandonou sua família, na esquina daquela avenida.

São tantas avenidas sangrando, são tantas famílias chorando, a vida por um propósito tão medíocre, o ser humano é mais que isso, acredite.

Todos somos deuses, e habita um grande Deus dentro de nós, silêncio na mente, pra ouvir sua voz. Pra ouvi-lo cantar sobre o amor.

Pra ouvi-lo acalentar sua dor, pra te encher de esperança, pra preencher sua alma, estender sua calma, equilibrar suas intemperanças, e te fazer você enxergar...

Que nenhum desespero, nenhum amor passageiro, ou alguns minutos de prazer, vale a nossa vida

Viva por um sonho, e morra por ele.
Mas não freie sua jornada espiritual
Eu já vi o fim do mundo algumas vezes e estava acordado no dia seguinte.
O coração batia normal

Haja o que houver, não antecipe o seu final, nem o entregue de bandeja
O preço não tem valor.
Reveja! E antes de querer ter... Seja!

"Efêmero dos Devaneios"

terça-feira, 9 de outubro de 2018

De repente




De repente é o último latido
É a última carícia
É o ultimo grito

De repente é o último abraço
É o último carinho
É o último amasso

De repente é o último cheiro
É o último beijo
É a última metade, que um dia foi inteiro

De repente os dias passam
Os momentos passam
E só as lembranças ficam

De repente quem sabe você acredita
Que a vida é fila única
É eterna corrida

Não deixe que tudo passe
Ou pior que simplesmente você passe por eles
Sem que se engrace

Sem que se divirta
Sem que realmente viva
E não só exista

Porque o "de repente"
É muito mais rápido
Do que a gente.

"Efêmero dos Devaneios"

domingo, 7 de outubro de 2018

E ela sorri

E ela sorri
Me olhando fundo nos olhos
Com aquele olhar de ternura
Como se lesse minha alma

Como se entendesse minha calma
Que as vezes não tenho
E me acalma

Como se fosse tão calma
Logo ela, que é onda, é terremoto
Quando não... furacão

Na vida, na cama e no coração
Malandrinha, novinha e teimosa
E aí sou eu quem sorri

Com um ar de que eu já sabia
Que hora ou outra te encontraria
Ela desmente e diz ter razão
Que no fundo quem sabia era ela

É briga, é paixão
Filme ou novela?
Candeia ou Cartola
Armandinho ou Ana Gabriela

Qual trilha sonora do agora?
Qual trilha a aurora aflora?
Aquele floral da tua pele
Aquela fragrância de teu amor

Que só de me olhar eu posso sentir,
Enquanto ela sorri.

"Efêmero dos Devaneios"

Soturno



Quando a escuridão toma seus dias
E tudo fica nublado, os dias de sol parecem sumir
Mas só parecem

Do outro lado é bom ter alguém que zela por ti
Mesmo quando você decide se isolar de todos

É tão difícil ser espinho
Quando era pra ser a rosa
E quem vem sentir seu perfume
Sempre sai machucado

As vezes perdemos o rumo
E ficamos sem centro
Duvidosos e desacreditados

E um pensamento de afeto
Uma saudade, um acalanto
Mesmo que na lembrança

Pode aquecer o coração
Em qualquer intemperança

É tão difícil ser zelo
Quando o coração é selo

E você fica na cela
Do desapego...

Sem vela, sem fogo, só gelo.

"Efêmero dos Devaneios"

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O que fazer



Pra cada gota de melancolia
Avalia, sorria
E ofereça alegria

Pra cada lágrima de solidão
Independentemente da situação
Escute com o coração

Nos dias sombrios, reparou uma sensação de vazio
Demonstre todo seu brio
Verdadeiramente, ofereça um elogio

Mas se no caminho encontrar, somente ódio e rancor
Não faça nada
Simplesmente, seja amor.

Efêmero dos Devaneios


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

I miss you


Saudade 
Palavra forte, ressalva o corte
Que há na alma
Mas tenha calma
Porque tbm ela remete a sorrisos
Relembra o que um dia foi abrigo

E afago!

Saudade é um copo quente
Que sempre... a gente 
Dá um trago
Às vezes desce e aquece
Às vezes desce e queima

E por mais que a gente se apresse
Não há prece ou teima
Que nos livre dessa algema
Entre a alma e a saudade

Seja o coração valente
Ou covarde
Sempre quando bate a saudade
O olhar mareja, e como mareja

E no tempo a gente veleja
E tem com isso a certeza
Que se há saudade na mesa
É sinal que a vida tem valido a pena.

"Efêmero dos Devaneios"



segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Noite a dentro


Na noite quem fala mais alto
A consciência ou o coração?
A mente é tão barulhenta que silencia a televisão
Ser ou não ser eis a questão?
Deixei de pensar nisso há anos, desde que perdi a razão
Loucura e objeção, insanidade, desilusão, pra quem perdeu o rumo, qualquer vento é direção.
Concentro, acendo e respiro fundo
Responsabilidade no dia a dia, mas o coração tão moribundo, às vezes soa ironia
Sozinho sou o próprio inimigo, que inimigo cruel, sabe tudo sobre mim, desde o doce até o fel.
Singelo gosto no céu
 da boca,
amarga a garganta, a voz já rouca
coca, guaraná ou fanta?
Nenhum desses me afaga, nenhum desses adianta
minha alma  só o conhaque traga, pois assim retarda toda essa ânsia do amanhã, inquieta toda essa fúria do passado,
e assim como a embriaguez, se entrega ao hoje e ao agora, de repente não mais pensa, somente sente, somente aflora.

~ Efêmero dos Devaneios

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