quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rio de fúria

Sorrio!
Sarcasticamente de raiva.
Sombrio!
O meu olhar nesta madrugada.

Quem viu?
As minhas memórias sem casa.
O frio?
Sou eu e meus olhos rasos dágua

Lembrar
Qualquer coisa menos você
Quebrar
A cara, o coração e a tv

Por que?
Para realmente sumir!
Com que?
Comigo e contigo dentro de mim.

O fogo
Vai queimar os livros das minhas lembranças
A água
Irá lavar o sabor das tuas danças

Não vou
Mais nunca mais em meu coração
Ter o amor
Que desperdicei nessa ilusão

Dormi!
Para teu nome e para o tempo
Sumi!
Das doces lembranças daquele momento.
                                                  Efêmero dos Devaneios

domingo, 19 de dezembro de 2010

Falsetes


O mundo vai ser sempre assim
A mentira será nosso ponto sem fim?
Mentir é algo tão sedutor
Aliás, é com ela que enganam a dor

Mentiras mudam o que você vê
E o mundo é só o que você vê
Desligue a sua TV
Olho por dentro, não por fora de você

Por que se entregas a tanta aparência
Onde esqueceu a sua essência?
O que realmente te encanta e não ilude
Prefere a beleza ou a virtude?

Sorria com um mundo mais belo
E quem faz o seu mundo
É seu coração sincero

Mas a humanidade se apaixonou
Pela mentira que a conquistou
Mas ainda temos chance
Cante o amor, e com a verdade dance

Mentir é tão fácil
Eu minto também
O caminho mais fácil
Não vai muito além

O difícil que evitamos
Que tiramos de cena
Carrega com ele
O que vale a pena

É sempre mais forte quem sabe mentir
A verdade hoje em dia, não ganha por aqui
Mas o sol que brilha não muito distante
Vai brilhar logo em breve em nosso horizonte

E no amanhecer em que ele brilhar
Mentiras e fracassos vão se ofuscar
E somente o que vai resplandecer
É a sinceridade que habita em você.

Se mentir é preciso para sorrir
Eu prefiro chorar a te ver mentir
Pois na mentira não sinto a felicidade
Do mar de ilusões eu tirei a minha verdade.
                                                 Efêmero dos Devaneios

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O último. O último grito

Meu peito, minha garganta, meu amor
Estão sem voz
Quem sabe de mim, não sabe
Das lágrimas nos meus lençóis

São só os meus olhos e meus pensamentos
Que cantam e falam por mim
Por mais que eles insistam
Tu não vai ouvir

O que já me fez sorrir
Agora molha meu rosto
E o amor que traço em mim
Não sacia o teu gosto

Sem seu ar, suas risadas e sua ironias
O meu sorriso adormecido
Não acorda há muitos dias

Então silenciei e poupei cordas vocais
Só para dar o ultimo grito
Só por hoje e nunca mais

Mas não se preocupe
Não escutará minha voz
Não te acordarei desse teu sonho
Onde é inexistente o pronome nós

Vou gritar alto pro alto
Para o som se dissipar
E na noite dos meus olhos
O grito vai me libertar

De tudo que eu lembro
Só pra não te esquecer
Um grito pesado e nostálgico
Ecoante vai dizer

Não quero aprender te esquecer
Mas, afinal
O fim tem seu final.
                                   Efêmero dos Devaneios

domingo, 12 de dezembro de 2010

Canto suplício

Um jeito simples há de ter
Para te fazer  lembrar
Alguma coisa a fazer
Pra que tu possas me encontrar

Se estou perdido em você
Sem saber como vou fugir
Para um lugar onde eu me encontre
Sem ter que me esconder de mim

O meu desejo no momento
Que me esforço a alcançar
É estar em seu pensamento
Quando acordada ou a sonhar

Por breve longos instantes
Ou só por uma ocasião
Preciso abrir a porta do abrigo
Que guardo no seu coração

Mas só o que eu consigo
É te perder antes mesmo de achar
Nem conversando comigo
Tu consegues em mim  pensar

Por isso  no meu canto
Só escuto a voz do silêncio
Não é o seu, mesmo assim basta
Pra eu cantar o canto suplício.
                                              Efêmero dos Devaneios

sábado, 11 de dezembro de 2010

A mesma história

O que posso te dizer?
Se nem sei mais o porque
De todas as coisas que faço
De todos esses meus passos

Rumo ao passado
Perdido, de lado
Sem mais nada a pensar
E esse nada, me mostra tudo do seu olhar

Será que vais entender
Será que vais sentir
O quanto penso em você
O quanto finjo que te esqueci

Quero que viva mais, dentro de mim
Não quero que sumas, não assim
Esse gosto que sinto vindo do coração
Não é só saudade, não é só paixão

Pressinto ser afeto, carinho, pressinto você
Não basta loucuras, sem seu louco ferver
O que é o paraíso que dizem existir
Se nesse paraíso não a vejo sorrir

Estou cansado de ter que sempre estar
Fingindo sorrisos, camuflando o olhar
Se na verdade o que lembro nas noites de dezembro
Revive todo o meu mês de novembro

Onde eu refaço meus dias
E mudo este fim
Onde o fim não existe
Onde  tu és o meu mim.
                                     Efêmero dos Devaneios

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Queria que me visse.


Queria que me visse agora
Só pra me por em seu colo por horas
E afagar-me com todo seu carinho
Fazendo-me esquecer esse profundo espinho

Queria que me visse
E só pra mim, sorrisse
Aliviando todo esse aperto
Mudando o dia que está muito estreito

Queria que me visse nesse instante
Só pra ver como está o meu semblante
Tão distante de como antes ele era
Tão outono em plena primavera

Queria que me visse em sonhos
E com tuas lágrimas desse-me um banho
Pra limpar toda essa distração e desesperança
Secar todo meu peito, e perfumar-me com a mudança

Não queria me visse hoje em dia
Pois sei que pra você eu não fingiria
E assim eu não conseguiria mentir
Sobre meu sorriso, meus dias, meus olhos e meu fingir

Queria que me visse mentindo
Pra todas as pessoas sorrindo
Você riria tanto de mim
Na verdade gostaria que risse pra mim

Vou gritar dizendo que nunca mais queria que me visse
Por mais forte que seja essa grande e absoluta mentira
Só pra que você pelo menos isso escutasse, e viesse despedir-se
Dizendo que nunca mais iria me ver, e num piscar de olhos sumisse

Por mais que a noite cobrisse meu sol nesse momento
Por mais que as estrelas dessa noite me abandonassem no relento
Pelo menos no momento dessa bobagem que disse
Eu teria feito assim, com que você me visse.
                                                                    Efêmero dos Devaneios

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um alegórico como eu sou

Aventureiro, insano e desvairado
Sou eu, caminhando na estrada do espaço
Assinei o contrato de risco da vida
Quando nasci, no contrato já tinha minha escrita

Sem medos terrenos, sem medo da morte
No coração trago carinho e fortes e intensos cortes
Procurando nos silêncios, respostas
Para todas as dúvidas, que carrego nas costas

Com um olhar profundo e de criança
Na mochila tem lágrimas e esperança
Olhando pra frente, tropeçando em meus passos
Desfazendo inimigos e firmando laços

Agindo por um impulso pensativo
Vivendo intensamente, desafiando o perigo
Sou calmo, sou brando, sou um bom moço
Com inocência e malícia até o pescoço

Covarde é aquele que se covardia por dentro
Não namora a chuva, por medo do vento
Inconstante, dócil, confiante e encorajado por Deus
Labuto meu caminho, e me entrego aos seus

Amante sincero do amor
Independente de ser eterno ou se já passou
Só pela vida sou apaixonado
E por toda mulher que me deixe encantado

Não me entrego fácil, mas sempre estou entregue
A vontade de conhecer novos mundos, me persegue
E se assim for, e tal mundo durar só vinte e um dias
Já é o suficiente para despertar as minhas manias

Mania de sorrir, cantar, chorar e pedir
Para que o Sol brilhe sempre dentro de mim
E aqueça meus sonhos e meu coração
Entorpecendo-me com calor, devastando a solidão

Que é tão precisa, e precisa ser passageira
E pra pensar em você, só tenho a noite inteira
E pensando em você não há solidão
Pois me faz relembrar o gosto da emoção

Assim sou eu, que nem sei quem eu sou
Talvez eu seja humano
Talvez eu seja o amor!
                                                 Efêmero dos Devaneios

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