quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O último. O último grito

Meu peito, minha garganta, meu amor
Estão sem voz
Quem sabe de mim, não sabe
Das lágrimas nos meus lençóis

São só os meus olhos e meus pensamentos
Que cantam e falam por mim
Por mais que eles insistam
Tu não vai ouvir

O que já me fez sorrir
Agora molha meu rosto
E o amor que traço em mim
Não sacia o teu gosto

Sem seu ar, suas risadas e sua ironias
O meu sorriso adormecido
Não acorda há muitos dias

Então silenciei e poupei cordas vocais
Só para dar o ultimo grito
Só por hoje e nunca mais

Mas não se preocupe
Não escutará minha voz
Não te acordarei desse teu sonho
Onde é inexistente o pronome nós

Vou gritar alto pro alto
Para o som se dissipar
E na noite dos meus olhos
O grito vai me libertar

De tudo que eu lembro
Só pra não te esquecer
Um grito pesado e nostálgico
Ecoante vai dizer

Não quero aprender te esquecer
Mas, afinal
O fim tem seu final.
                                   Efêmero dos Devaneios

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