sexta-feira, 1 de maio de 2015

Quando você vem?


Se era isso que você queria, você conseguiu
Roubou a força de um gigante
Tirou a fúria de um infante
Sugou os sonhos de um pensante

E adiante sumiu!
Volta...

E mostra que esse amor é de verdade
Tu raptou minha vaidade
E minha liberdade vi esvair
Porque minha liberdade era estar preso a ti

E olha eu até estava bem
Aqui no meu cantinho
Mas você voltou de mansinho
E me deu mais um gole do teu sabor

Com a solidão tu fez complô
Com a saudade fez simpatia
E veja só que ironia
Comigo tu fez amor

Agora volta
E vê se volta de repente
Volta pra mim, volta pra gente
Ou então daqui, sumirei pra sempre

Não duvide meu bem
Da minha alma carente
Meu coração é valente
E suas loucuras vão além

Chega de pensar no amanhã
Cansei de encenar Don Juan
Nas ruas e avenidas
Me sinto uma bala perdida

Não quero ferir ninguém

Acontece
Que vejo o tempo passando
Na verdade ele está voando
E você não aparece

Quando vem
Vem como uma brisa
Envolve, encanta, ameniza e desaparece
Só deixando a saudade no olhar


Sem brisa, sem sonhos e sem ar.
                              "Efêmero dos Devaneios"

Voraz


Entrei sem licença pelo seu glóbulo ocular
Te intimei com a presença quando te vi dançar
No ritmo excitante de uma noite de prazer
Num fluxo envolvente entre eu e você

Sem perceber o caos já estava tomado
Esse teu rebolado já tinha me dominado
Eu fui em frente acelerando loucamente
Nas curvas do seu corpo fui perigosamente

Funk ,punk, dance, até perdi o ritmo de tão electrizante
Sem regras, sem presas, histórias, conversas
O tempo até parecia estar em ordem inversa

Dois corpos fervendo, suando tesão
O que era mais forte, o ritmo, a pressão
Ou as batidas do coração?

Fantasiando loucuras, você toda nua
A essa hora a alma nem anda, flutua
Deslizava sobre mim, nunca vi algo assim
Parecia até magia do filme Aladim

De olhos fechados,de olhos abertos
O paraíso era ali, no teu jardim secreto
Cada gemido que suave vinha de sua boca
Fuzilava o meu corpo, com tesão a queima roupa

Clama, grita, me olha, me chama
Tudo tão afrodisíaco, me sentia em Savana
Fruta, sumo, beleza americana
Me perdi em você e atingi o nirvana

Nem conseguia respirar, o fôlego que eu tinha
Tu parecia sugar
E eu sugava todo o seu bel prazer
Compartilhando emoções igual num cine prive

Foi bom te ver, melhor ainda te encontrar
É muita perdição prum ser humano vulgar
Dois vira latas perdidos num canto
Por essas e outras que eu nunca quis ser santo.
                                        "Efêmero dos Devaneios"

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