segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sedação

Fiz de seus olhares
Minhas roupas mais belas
Pra cada olhar diferente
Criei poesias singelas

E com versos lentos
Costurei os seus lábios
Para no longo silêncio
Desfrutar seus afagos

Sumi com tua ânsia
Pela solidão
Desenhei nos teus sonhos
O amor em ondulação

Essas ondas hão de levar
Sempre, pra bem longe
Todo o medo de amar
Que teu peito esconde.
                                   Efêmero dos Devaneios

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Teu corpo mulher

Me pego pensando
De canto inquieto
No que há de mais lindo
Nesse mundo incerto

Onde certo somente
É a morte e a beleza
Que tem o corpo feminino
Em total realeza

Óh mulher teu corpo
Que aflora os desejos
Que entorpece o homem
Que implora por teus beijos

Corpo, escultura, desenho
Beldade, enfim, perfeição
São as curvas das coxas, os seios
Os lábios, os cabelos e os dedos da mão

Com seus pés delicados
Desfilando descalços
No semblante exibe
Sorrisos devassos

Ao mesmo tempo em que os olhos
De olhar ingênuo e seguro
Transborda um brilho esmero
E revela um ser doce e puro

Ao navegar no seu corpo
Deslizo tão levemente
Me perco nas ondas das costas
A procura do que há de mais quente

Ah mulher se soubesse
O quanto ostenta
Real formosura

Esqueceria as loucuras do mundo
E reverenciava a sua ternura.
                                                    Efêmero dos Devaneios

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Não sei

Será que sou um cometa
Perdido no meu espaço
Passando por mil estrelas
Deixando a marca de um abraço

Ou sou segundos que o mundo
Não deu o valor
E no final dos seus últimos dias
Vai sonhar com cada segundo daquele que passou

Sou o que quero ser
Em cada fase da minha vida
Um louco emotivo se entregando
Pra qualquer paixão desconhecida

Será que quero o que todos querem ter
Ou prefiro ser realmente, do que apenas ter
Me acostumo com o absurdo de sempre ser diferente
Me acostumo com a valentia de olhar sempre em frente

Não penso igual, nem sou normal, pensamentos inconstantes
Não quero fotos e sim momentos marcantes
De enfeite nas minhas estantes

Vou ser real, sempre leal, de olhar firme e sincero
Nunca precisei mentir nem dissimular olhares
Pra ver o mundo mais belo.

Por sonhos, corações,lábios e olhares foi por onde viajei
Um coração complicado, amante da simplicidade
Sempre assim que andei, que amei, eu sei.
                                                           Efêmero dos Devaneios

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desenganos


Ela teima pra si mesma
Que o amor já esqueceu
E por ele nada sente
Tudo nela já morreu

Está nos olhos, e no jeito
Que tu falas, dá pra ver
Que amor tu ainda sentes
E teima querer ver morrer

Se eu pudesse transbordava
Teu peito com novo amor
Mas um peito que está cheio
A porta do coração se trancou

Então eu sofro em vê-la
Pra si própria fingir
E tu sofres, pois te enganas
E gira o mundo a mentir

Mas talvez nesses desenganos
Outros anos possam vir
E dos nossos desencontros
Um franco encontro vá sorrir.
                                            Efêmero dos Devaneios

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Berço

Te esperar ou te ver partir
Te ver chorar ou fazer-te rir
Só me calar nessa tua ausência
Me ausentar da minha consciência

Enfim, terminar um breve começo
Enfim, começar a balançar o berço
Que pus a dormir o meu amor
E que nos sonhos se desencontrou

E não vai voltar, e não vai voltar.
Esqueceu de acordar.
                                            Efêmero dos Devaneios

Cada vez que me apaixono

Cada vez que me apaixono
Mais me entrego, mais eu amo
Cada vez que me apaixono
Mais escrevo, mais me vejo

Chorando por paixões
Que não deveria ter me apaixonado
Mas me largo, mais eu vago

Cada vez que me apaixono
Some o sono, abandono
Paixões que foram passadas
Delicadas e hoje rasgadas.

E cada vez que me apaixono
Sou posto nas nuvens e de lá jogado
Ah só queria ser, um mero desapaixonado.
                                                         Efêmero dos Devaneios

Sou assim de carnaval

 E quando, e quando fevereiro chegar
Os gritos de alegria ainda em janeiro, já posso escutar
Desculpe amor, se tu não soubeste me amar
Mas não posso ficar te esperando, até o carnaval,até lá

Sou de alegria, de paixão e de saudade
Meio Arlequim, meio Pierrot
E nesse carnaval vou doar
Todo meu amor

Quero pular de alegria
Quero chorar de saudades
Quero sentir a magia
E da paixão quero diversidades

Quando eu te encontrar
Dentro ou fora do cordão
Guardo calorosos beijos
Que só darei pro seu coração.
                                             Efêmero dos Devaneios

Uma boca a mais, outra noite apenas.


Passei por todas elas
Dezesseis bocas em uma noite
Pra tentar esquecer você
Pra tentar lembrar você

Mas nenhuma delas
Puderam fazer com que
Eu ficasse sem pensar
Em tudo que gritava seu nome

Flashs, luzes, gritos absurdos
Em formas de batida
Saíam das caixas de som
E eu, ali esperando um refrão

Pra poder cantar bem alto
E lembrar você
E esquecer você
Por segundos não enlouquecer

E dezesseis bocas me sorriram
Mas seu sorriso não apareceu
Tais bocas me envolveram
E ao mesmo tempo dissolveu

Todos meus olhares que guardei
Pra você
Que sumiram nesta noite
Em que na manhã de amanhã
Não vou lembrar, nem saber.
                                              Efêmero dos Devaneios

domingo, 16 de janeiro de 2011

Delírios de um giramundo


Sabe qual é minha droga
Aquela que me acalma
Que me deixa pairando no ar
Afoga minhas mágoas

É forte e barata
Na verdade preço não tem
O seu valor é bem alto
Mas talvez não lhe convém

Minha droga, que me alucina
Endireita minha mente
Põem os pensamentos no lugar
Me deixa em suma contente

Essa droga consiste em
Ficar olhando a praia
Ficar olhando alguém
Ficar olhando o nada
Ficar só com o silêncio
Isso me faz tão bem

Isso sim é minha droga
Revela meu paraíso
E pensativo de canto
Estendo um singelo sorriso

Por saber que vejo em tudo, sempre o lado bom
Não importa a hipótese, importa o coração
Só vendo como são e não como estão
É que faço dos meus dias, um eterno anfitrião

Que mostra o meu castelo
Que ontem foi destruído
Mas vejo que dos seus escombros
Nasceram os mais belos lírios

Por portar tanta beleza
Teu nome aos lírios dei
E a minha maior certeza
É a certeza que não sei

Se sou eu que estou no mundo
Ou se o mundo que está em mim
Mas com bálsamos em meu coração
Foi que me tornei assim.
                                          Efêmero dos Devaneios

A serpente da esquina


Se entregas a mim
Mas nem sabes porque
Só buscas, perdida
Amor ou prazer

Não vês em mim
O que realmente vê
Soletra meu olhar
Mas não o sabe ler

Deita se entrega
Faz o mundo parar
Perde o mundo
Deitada a me olhar

Antes de mim
Teve outros entregues
Depois que eu sair
Simplesmente não negue

Que por mais frio que seja
Que por mais supérfluo que haja
Sabe que seu veneno
Se compara ao da naja

Mas já que és feliz
Se entregando assim
Dinheiro faz seu mundo
Num motel ou em um botequim.
                                                 Efêmero dos Devaneios

Labirinto dos dias


Vista embaçada
Mastigo uma rotina que desce engasgada
Só vejo o que ninguém vêm
Submerso na madrugada

Ontem foi o que hoje está sendo
Amanhã será, o que agora estou fazendo
Faço sempre o mesmo
Pensando em coisas que não estou escrevendo

Será que vem, será que vai
Será que entra, ou ainda sai
Não sei por quanto tempo
Tenho que aguentar o que nunca cai

A mesma história sobre você
As mesmas coisas tento esconder
E por que, e pra que?
Se tudo que é sobre mim você não lê

Estou cansado, estou exausto
Preciso da saída secreta desse holocausto
Mas se já nem lembro onde foi a entrada
Vou ficar aqui nessa rotina embaralhada.
                                                        Efêmero dos Devaneios

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tesouro sem preço

Vento bate forte
Bate forte o coração
Enquanto eu caminho
Nas curvas da emoção

Eu sigo sempre em frente
Admirando a paisagem
Seja de uma praia
Ou de cima da minha laje

Os olhos brilham mais
Do que a estrela cadente
Isso é o reflexo da pureza
Que está sempre presente

Não preciso de muito
Pra me sentir feliz
Só sentindo a vida
Já sou o que sempre quis

Sentindo ela nos lábios
Na pele, no beijo e nos dedos
Ela passa por mim
E eu passo por ela criando enredos

E tudo que vejo
Transformo em ouro
Não ouro de riqueza
Mas ouro de tesouro

O tesouro mais simples
Que o dinheiro não pode comprar
A vida me mostrou
Onde é que ele está

Não está num pote no final do arco íris
Está em cada porção de nossas emoções
E em cada passo surgem novas diretrizes

O tesouro valioso, porém, o mais singelo
Está em nossos corações
O nosso mais belo castelo.
                                           Efêmero dos Devaneios

Ontem


Amanhã pode ser ontem
Depois que tudo se passar
Mas o ontem no amanhã
Não irei jamais encontrar

Ou quem sabe até eu encontre
Nas falas, nas salas de estar
Enquanto eu, um ser errante
Falando só, e só por falar

Nem sei ao certo o que eu falo
Ou se nem falo, mas penso estar
Falando há horas e em um estalo
Percebo que não estava a falar

Sobre o ontem no amanhã
Sobre o nada numa manhã
Penso em silêncio comigo mesmo
Por que a esmo fico a pensar

Naquele ontem que já não volta
Nesse presente que me escolta
A um futuro que em minha porta
Baterá!

Dizendo ser o novo ontem
Mas que só amanhã vai chegar.
                                            Efêmero dos Devaneios

sábado, 1 de janeiro de 2011

Deixa

Não me olhe, mas deixa
Eu te recriar simples assim
Nada fale, não se mexa
Deixa eu te reinventar dentro de mim

Sentindo seu leve corpo como um sopro surgir
Enquanto as cores do mundo se misturam por aqui
Deixa por um momento eu te recordar e te sentir
Enquanto aquele seu perfume começa a fluir daqui

Deixa minhas lembranças como dança me envolver
Fazendo as curvas de suas coxas me levarem até você
Deixa que meu coração não precise repreender
Todo o toque dos seus lábios que estão a seu mercê

Deixa que eu fique por horas aqui a sóis
Eu, minha cama, a saudade e nada mais
Deixa que a chuva imite o timbre de sua voz
Enquanto sinto ser escravo e a nostalgia o capataz

Deixa que eu enlouqueça
Antes que amanheça
Mas não se esqueça
De deixar eu te lembrar

Sou só mais um vadio
Deixa que eu te crio
Sentindo sozinho o frio
Me esquento ao te lembrar

Nessa finita cidade
Tenho o mapa da saudade
Mas me perco em verdades
Que me fazem te lembrar

E é perdido que encontro
Às vezes ébrio, às vezes tonto
O fantástico reencontro
Do teu amor e o meu olhar.
                                        Efêmero dos Devaneios

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