domingo, 15 de maio de 2016

Seu velho jardim


Me perguntaram por que parei de escrever?
Fingi não saber
Resolvi não dizer
Respondi, sei lá

A verdade é que todos os versos
Me levavam a você
Eles eram você
No cheiro, na grafia e no prazer

Por mim eu te entrelaçava em minhas danças
Te envolvia em minhas mudanças
Te roubava pra minhas viagens 
Excluiria do peito esse gosto de saudade

Trago comigo um amor no peito
E o símbolo dele no pé
Que encobrirei com um coração perfeito
Que ironia, não é?!

Não consigo deixar de amar assim
De uma hora pra outra
De um ano pra outro
Como se troca de roupa

Tenho um coração aéreo
Que muito se apaixona
E pouco se ama
Mas não se engana

Quando ama, ama de verdade
Se entrega inteiro e com a eternidade
Parabéns pelo seu novo jardim
Tuas flores antigas ainda vivem em mim.
"Efêmero dos Devaneios"

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