terça-feira, 17 de agosto de 2010

Madrugada

O dia está amanhecendo lentamente, assim como soa o som da chuva ao cair de um imenso céu e tocar ao chão… E durante esta madrugada solitária e de frio, não tão solitária, pelo fato de ter a chuva como companheira de meus ligeiros pensamentos, e eternos passageiros sentimentos, tento expressar o que guarda um coração. E no compasso do tempo entre a madrugada e o amanhecer, ali estava eu deitado na cama, em frente a um espelho, onde mesmo no escuro olhava para ele e enxergava o brilho dos olhos seus, meio surreal isto não? Mas assim passava minha noite, e durante muitas vezes minhas noites.

Às vezes acendia a luz para escrever sobre alguém, quando a mente não suportava mais repetitivos pensamentos ligados a você, e em diversas vezes escrevia assim mesmo no escuro, para poder escrever visualizando teu semblante por todo o quarto.

E envolto ao frio nesta noite de inverno cá estou eu novamente, escrevendo para mim, mas com o falso sonho de que o vento leve em toques suaves cada trecho deste texto até você, texto qual, talvez não tenha fim, pois seu final se perderá durante o trajeto que o vento levará para chegar até você, e nas esquinas vazias e opacas, lá estará versos mudos, que gritam com todo o amor que há em cada palavra, em cada linha, em cada lágrima, que compõem estas frases.

Assim continuo a redigir estas frases, e em cada linha tem um pouco de seu cheiro, um pouco de seu sabor, um pouco do seu suave toque, que meu corpo arrepia-se inteiro, só de relembrar que foi levemente acariciado por você, e a mente cria a imagem de um ambiente de calor e fervor onde se encontra só eu, você e a Lua, trocando falas e afagos, em um dia que aconteceu ou acontecerá… Olho novamente para o espelho, e observo dentro de meus olhos seus cabelos pretos como a noite, sendo desenhado sobre minha pele, e em seguida vejo-a deslizando suavemente seus lábios vivos e cálidos sobre meu rosto.

Será tal visão, ilusória, lembrança ou simplesmente um dejavú do que irá acontecer?

Morfeu veio me buscar agora querida, e estou feliz por esta insônia estar tendo um fim, pois com ela tive tempo de pensar em você, e sem ela sei que dormirei, e ao dormir, estarei lá, no planeta das fantasias esperando para te abraçar, e dizer: que bom te ver. Rir e sorrir vendo seu sorriso bobo e singelo, e antes de partir chegar perto de ti, e sentir o seu beijo, assim me fazendo acordar rindo, porque novamente acordei já pensando em ti.
                                                                                                                         Efêmero dos  Devaneios

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