sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Coisas simples


São nas simplicidades que encontramos
O que nos torna feliz
São com as coisas simples
Que criamos o nosso mundo com giz

Uma presilha de plástico escondida no fundo do baú
Só de olhar para ela, faz um dia preto e branco, ficar um tanto azul
Um chocolate amassado no fundo da gaveta
Parece estar abandonado, mas vale mais que um planeta

Uma caminhada cansativa, após um show de rock
Não trocaria nem por uma, viagem a Nova York
E por mais bobo que pareça, mas grande valor há de ter
Um verso de Romeu e Julieta, recitado pra você

Com erros de português, com frases engasgadas
Com um sorriso tímido, seguido de uma risada
Faz a vida parecer mesmo
Uma dádiva

E todo aquele tesouro no fundo do oceano
Ofertado estar em minhas mãos
Eu trocaria por aquelas verdades mal contadas
E as mentiras com perfeita coesão

São nas pequenas e impercebíveis
Coisas que acontecem
Que a vida entrega coisas incríveis
E as pessoas nem percebem

Um macarrão com carne moída e molho misturado
Tem mais sabor e alegria, que um carro importado
Ou um hamburg preferido, comido com toda vontade
Até mesmo um sapo de pelúcia, tornando sua cama, uma beldade

Uma cachorra latindo
Brincando descontraída
Ou apenas te ouvindo
Enquanto tu choras escondida

Um filme a dois não assistido
Um momento ou instante genuíno
A mordida em um doce proibido
Faz um homem, voltar a ser menino

Tudo isso parece ser sem valor
Tudo isso parece não fazer sentido
Mas o mundo só sente o verdadeiro valor
Quando o despercebido não tiver mais contigo

Uma pedra de quartzo rosa
Sobre algum lugar da casa
Um pingüim procurando uma pedra
Pra entregar com todo amor, para sua amada

Enfatiza o que há de mais sincero
Martiriza as mágoas de um rei
Faz surgir o que há de mais belo
Faz lembrar-me de um sonho, que ainda não sonhei

Os golfinhos simbolizam a amizade
Pois são sinceros até com quem não amam
E o beijo simboliza a vaidade
De dois corações levianos

Escreveram um livro na quarta série
Com fabulosas coisas simples esquecidas
A criança que era cheia de intempérie
Mas que só enxergava o mais doce da vida

Foi crescendo esquecendo da simplicidade
A vaidade tomou conta de si
Era bela e de singela humildade
Mas havia esquecido de como sorrir

A luz do dia abandonada
O ato de pensar jamais lembrado
As estrelas que tornam a noite mais linda
Um olhar inquieto e apaixonado

Um suspiro de leve pós um beijo
A mordida tão forte e delicada
O Sol entardecendo perfeito
Torna sempre a vida mesmo encantada

Os homens esqueceram de admirar
As crianças brincando no vilarejo
Tais coisas simples que convivemos
Nelas estão o nosso maior desejo...

A felicidade... A felicidade... A felicidade!
                                                       Efêmero dos Devaneios

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