quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A droga do amor


Por favor, garçom
Uma dose de vodka
To com o gosto na boca
De todas,a mais forte das drogas

Por favor, urgente
Pra uma desintoxicação
Preciso tirar o aroma,
O fervor e este gosto que corre em meu coração

Foi uma boa viagem
Mas já estou de partida
Não quero viciar-me
E intensificar a minha vida

Mais uma, comandante
Mais uma dose caprichada
Essa droga impregna a mente
Mas até a alma já foi tomada

A primeira dose foi pra tirar
A dor e o colateral
Depois da segunda, desça mais cinco
Pra purificar todo esse mal

Mal que fez-me bem
Que levou-me até as alturas
Mas responde garçom amigo
Qual a droga que não te flutua

Confesso que estou tonto
Ainda pela droga que não passou
Os efeitos ainda acontecem
A cada instante que passa, sinto que só começou

Essa droga do amor
É tão difícil de achar
Mas agora que encontrei
Fui obrigado a largar

To sofrendo por abstinência
E a experimentei só por uma vez
Mas sinto-me como estivesse
Intoxicando-me há um ano, um não, seis

Desce a saideira, chefia
Que já estou indo embora
Meu peito já aliviou-se
Mas ainda sinto a droga

Mas não tem problema
Uma hora ou um dia, o efeito passará
Tenho pressa, tenho febre
Mas um dia essa nostalgia, simplesmente sumirá

Obrigado, capitão
Por ter tentado ajudar
Mas o remédio que usou
Contra essa droga do amor
Foi fraco demais pra me salvar.
                                               Efêmero dos Devaneios

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