sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O amargo, a saudade e o acaso.

Acordei com o gosto amargo
Em minha boca
E no momento que tomei sã consciência
Após o sono, mal dormido

Percebi que o amargo era saudade
Que já sentia antes mesmo de acordar
E agora já desperto, sinto a necessidade
De te ver sorrir

Nem que seja por alguns breves instantes
Nem que seja um sorriso por acaso
Como o acaso que te apresentou a mim
E esse mim agora está distante

De todos, de tudo, mesmo estando presente
Vê sempre a mente, longínqua, assim como o coração
Não enxergo a diferença entre a fogueira e o vulcão
O fogo queima, e isso é mesmo inevitável

Agora já de tarde, sinto-me como flores na calçada
Caídas em plena primavera
Todas juntas, bonitas, perfumadas, mas, ali jogadas
Em frente a um terreno abandonado, abandonadas

Não estão mortas, não no presente
Mas sentem sua essência se esvair
Sentem a tristeza dissipar sobre o seu ser
E assim, é que eu me sinto, ao respirar essa saudade de você

Quando chegar o anoitecer
Quero chuvas, relâmpagos e trovões
Para que a tempestade, lave as minhas verdades

E ao amanhecer, a tempestade tem de ir embora
Levando juntamente para longe essa saudade
Não precisa nem o sol, um céu mesmo nublado
Sem esse gosto amargo

Já me comove.
                                                       Efêmero dos Devaneios

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